quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Joaquim Jorge Oliveira

HUMANIDADE

Olhos velhos de sábios, olham para ti com pena
Querem que alimentes agora o teu espírito
Com a serenidade e beleza deste poema
Simples, escrito sem pretensões de cunho erudito
Ungido com óleo perfumado de açucena
Quero! Que as estrelas fujam da via-láctea
E, iluminem os teus passos errantes
E te libertem da escuridão desta noite de breu
Quero! Ver-te partir nas garras de pássaros gigantes
Que te levem para a segurança do infinito céu
Oh! Se quero! Como quero!?
Livrar-te deste estúpido e maldito suplício
De seres, apenas essa divina matéria-prima
Condenada desde sempre ao supremo sacrifício
Do julgamento que te inquieta e se aproxima
Por isso! Quero apenas que te divirtas
Toma um chá! sim! Um chá de doce lima
Admira os lírios roxos que crescem selvagens
Na paz bucólica do teu sonho
Mesmo que sejam apenas só miragens
Vistas pelo teu olhar turvo e humano
Quero!Que sigas pela estrada da vida
Aonde tudo se joga e acaba por decidir
Da forma mais ou menos esclarecida
Antes do tempo silencioso te punir
Quero que fiques com a ávida vontade
De amar, voltar e não vir
Dessa tua desejada eternidade
Antes da primavera de novo florir
E chegue exuberante pintada de verdade
Fecha agora! Os olhos e sem medo deixa-te ir
E encontra na tua cegueira a divina liberdade
Difícil de manter e conseguir
Quero! Que encontres a humanidade
Que teima de ti em fugir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário