sábado, 31 de agosto de 2013

António Pereira Vieira Silva

Sinto um arrepio
A noite está calma
Ouço o soprar de uma leve brisa
Não vejo nada sem sentir
Não sou nada sorrir,
Mas ao meu lado sinto uma presença
Olha-me com um olhar mórbido
Até parece que sinto o seu forte odor a morte,
Sei que me perseguem toda a noite
Estes fantasmas do meu passado!
Em cada canto do meu caminho
Uma voz segreda-me e ameaça-me,
Tenho medo!
Tenho tanto medo, mas é tão difícil admiti-lo!
Não me vejo preparado, tudo é segredo,
Por vezes aproximam-se
A escuridão cerca-me
A dor vai e vem como se a minha vida fosse um jogo!
Eu digo:
" - Mata-me!
Ao menos mata-me agora, enquanto ainda não sou ninguém!
Devora-me para que nunca mais acorde,
Tenho medo, apenas para que saibas!
Tenho medo, não quero a tua piedade mas sim um pingo de dignidade!"
Eu, sou eu e tenho tanto medo!
Ainda sinto a presença que cada vez mais se aproxima!
Imagino, no intimo do meu medo, um olhar perturbado observando-me!
Imaginem! Observando-me, como se eu fosse alguém que já se mostrou!
Mas nada sou, nada tenho, nada serei para além do Eu que o tempo, moldou!
Sinto um arrepio de morte!

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