domingo, 31 de março de 2013

António Montes

CORRE O SOL

Porque corre o sol; tanto assim! Nessa 
carreira de encardi? 
_ Eu não corro apenas não tenho tempo 
de fazer o meu trabalho. E nem quero ser
atrapalhado logo cedo. Eu forço o romper
da aurora, por esse mundão a fora. E passa um
pouco mais; eu acordo alerta o coração com um
lindo amanhecer, despertando o alvorecer
e o sono, de você. Bom, bem antes do pesadelo
acontecer. Antes eu vou a tempo seguindo
o treiteiro tempo, que se esvaia com o surgir
do dia, e com o vento.
_ Ah esse sempre alvoroça a saia da dona Maria
bem antes do almoço, que acontece gabando
em cima do meio dia. Eles, entre uma palavra
e outra, e como um dedo de prosa sempre foi
pouca, mesmo assim! Cochicham com o nome
de dona Teresa. E por ser hora da mesa, logo
chega o moço, causando alvoroço. Sendo que
na hora da refeição, estão com afazeres atolados
ate o pescoço, mesmo assim; querem água do
poço! E não da cacimba. Então o senhor João, um
pouco mais calmo, relembrando os tempos raros
descansa na esteira; e assim ele cochila, e logo
mais, levanta e vai fazer os seus afazeres com
a peneira, onde ele se coloca de banda, com a
brisa, abana o feijão. E assim nada é de varde,
e o tempo foge e o sol corre. Nossa! Já chegou
à tarde, e ainda tem furdunço, Ei olhe lá!
O crepúsculo. Olhe venha ver o alvo do luar,
trazendo outra noite, pois o sol se foi
e chegou a hora de se deitar.

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