ANOITECER À BEIRA-MAR
(JBMI)
Quando fogem os olhos
de encontro a marés decepadas
é prenúncio da noite.
Tomando a espumosa ola
no sacudir tenebroso do areal
sou irmão perdido do vento.
A conta de dedos frios em riste
é aritmética de náufrago à tona
(E gemeu já a última gaivota).
Flutuo com a derradeira trave
espelho da alma a hibernar
desatavio de algas ensarilhadas.
Quem me traz o sal
que tanto mar não tem
e tamanha noite não prova?
Talvez o calor do farol relapso
e a corda de salvação
atada ao longe no ocaso...
31 de Julho de 2012
José Brites Marques Inácio
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